Conselhos de quem viveu e atravessou o deserto do repúdio e da prisão espiritual
O grande desafio de um cristão repudiado é compreender corretamente tudo o que se passa na sua trajetória de vida familiar; compreender a mente, o coração e o espírito de uma pessoa que tomou a decisão de repudiar o lar, a família; e seguir a “vida” longe da aliança matrimonial que, outrora, prometera fidelidade e amor. A ideia do repúdio, alimentada no coração, já caracteriza que a tal pessoa se afastou do Espírito Santo.
O que sucede o repúdio, de forma automática, é a prisão espiritual, onde a pessoa aprisionada só enxerga a si mesma, os seus projetos pessoais, a própria felicidade. Ela não deseja mais que a família participe dos novos sonhos, porque esta faz parte do projeto passado que não deu certo, fracassado, frustrado.
Quem repudia o faz ou porque viu no outro defeitos, erros insustentáveis; ou porque o próprio pecado o convidou a uma nova história, independentemente se houve motivos graves e aparentes que o levasse a tomar tal decisão. A mente fica cauterizada, irredutível, fechada a qualquer possibilidade de reconciliação. Ela foge também do acesso ao confronto, especialmente, pela Palavra de DEUS (por isso não adianta doutrinar uma mente contaminada pelo pecado, fazer a todo custo que ela entenda e admita que o que está fazendo é errado aos olhos de DEUS).
Um coração duro não aceita ser confrontado; antes se enclausura dentro de um mundo exclusivo, criado por ele mesmo, e que só entrará quem a pessoa aprisionada quiser e admitir. Quem não aceitar as novas regras não fará parte desse mundo. Quem aplaudir será sempre bem-vindo.
O repúdio não necessariamente é uma questão de caráter, como afirmam alguns. Esse traço da personalidade passa a existir, quando o indivíduo permite que o pecado habite em seu coração. Ou seja, é o pecado que distorce o caráter e a personalidade de uma pessoa, cegando-a e aprisionando-a.
Estamos diante agora de um marido ou de uma esposa que outrora era muito bom (ou boa) e, de uma hora para outra, tornou-se uma pessoa má, com sede pelo pecado. O leão do pecado, que antes rugia longe do cristão, porque a ele não tinha acesso, agora passa a rugir dentro dele, no próprio coração.
Como tratar uma pessoa com essas características, sabendo que, ainda que ela se encontre nesse estado abominável, com ela se mantém uma aliança de casamento, que só será desfeita na morte?
Se o cônjuge vítima do repúdio passa a ter um entendimento espiritual correto de tudo o que acontece no seio familiar, especialmente na condição espiritual do outro, seguramente saberá se posicionar e não desistirá dessa grande batalha.
A fonte do entendimento nos levará a conhecer alguns caminhos importantes:
1. *O respeito à liberdade de escolha do outro*
Não se pode forçar, obrigar ninguém a viver conosco. Às vezes um pai diz a um filho (ao saber que este que transitar por um caminho errado): “Filho não vá, não faça tal coisa porque isso vai lhe prejudicar”. Ainda assim, consideremos que o filho quer a todo custo fazer o que considera certo. Deixe-o fazer! Não force uma situação nem insista mais. Será preciso deixá-lo ir. O ser humano, muitas vezes, só sabe que o esterco não presta, que faz mal, quando ele sente a necessidade de provar. E ele precisará provar. Respeitar a decisão do outro é um conselho bíblico, presente em 1 Coríntios 7:15, como também na Parábola do Filho Pródigo. Quando os filhos de Israel quiseram adorar outros deuses, DEUS não colocou uma corda no pescoço deles, forçando-os a não fazerem tal coisa. DEUS não obriga ninguém a obedecê-lo. Nem você vai obrigar essa convivência.
2. *Respeitar, mas não desistir.*
DEUS respeitou e respeita as escolhas, mas não desiste dos filhos a quem ELE tem promessa. O fato de um cônjuge estar no pecado do adultério e com o coração duro, não significa que ele vai morrer assim, que já está condenado ao inferno. Se o teu cônjuge tem promessas de DEUS, o SENHOR vai resgatá-lo do inferno, que ele queira, que ele não queira. Não tenha dúvidas disso. Se ele não for um escolhido de DEUS, se o SENHOR não for salvá-lo, ele morrerá no pecado. Mas a salvação, assim como o tempo e os desígnios, pertence ao SENHOR. A igreja precisa aprender a esperar pelas respostas DELE; e jamais se precipitar em atitudes ou em julgamentos. O que é do SENHOR, voltará; sem importar o tempo que levará para acontecer. Tenho, ao longo do tempo, pedido a igreja a conhecer e a viver um atributo especialíssimo de DEUS: o de não desistir de ninguém. Quem desiste do cônjuge, perde a autoridade espiritual de falar do amor de DEUS para uma pessoa mundana, de evangelizá-la, porque será uma pregação vã, sem efeito na vida de quem está evangelizando. Como posso dizer a um perdido que JESUS o ama, se este mesmo amor não foi verdadeiro na minha relação com o meu cônjuge? Além de que abre um forte precedente de sermos rejeitados igualmente, porque com a mesma medida que medimos o outro, seremos medidos. O SENHOR honra aqueles que perseveram até o fim, não somente para a salvação, como já bem conhecemos em Sua Palavra, como para uma restauração familiar.
4. *Desenvolvendo a paciência pelo outro*
. Uma pessoa viciada, escravizada, é uma pessoa carente e desprovida do verdadeiro Amor. Se você sabe e enxerga que alguém está muito doente e tendo algumas reações estranhas, aí é que você não deverá desprezá-lo. Alguém, que é seu cônjuge, precisa de você, do seu amor, do amor de DEUS que está em você. Entenda isso. Deixe um pouco de lado os interesses de marido e de esposa, e passe a viver e a ajudar o outro como um irmão seu. Pense em alguém que está em estado de coma profundo, repleto de aparelhos, necessitado de orações e de ajuda… Você vai ajudar a desligar os aparelhos? É isso que DEUS quer de você? É tempo de desenvolver em si a paciência pelo outro.
O amor de DEUS por nós é puro, não egoísta, sem interesse, e não nos cobra nada. ELE simplesmente e maravilhosamente nos ama. Assim também devemos amar o próximo. Se você perseverar nesse amor e nessa paciência, verá o milagre acontecer. Alguém vai olhar nos seus olhos, no futuro, e dizer: “Obrigado (a) por nunca ter desistido da minha vida. Agora sei o quanto me ama verdadeiramente”. O testemunho virá. Você só passou a reconhecer o Amor de DEUS por sua vida, depois que esse Amor foi experimentado em sua vida e você, verdadeiramente, foi liberto (a). O seu cônjuge será liberto pelo Amor de DEUS que há dentro de você.
Ame o SENHOR acima de todas as coisas, invista no compromisso com o reino de DEUS; seja igreja e o SENHOR te acrescentará tudo o que você precisa.
* No Amor do SENHOR,
fonte blog FAMILIAS PARA CRISTO *
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